O Zimbábue tem protestado intensamente desde meados de janeiro, pois os alimentos e o gás ficaram muito caros. Este último dobrou de preço - de $ 1, 4 para $ 3, 3. Devido aos protestos, as autoridades locais forçaram os ISPs a desligar a Internet. Em caso de recusa - prisão. Curiosamente, a decisão do ministério de segurança do Zimbábue não foi anunciada publicamente. Essa iniciativa resultou em uma perda de US $ 17 milhões. Para um país que está em crise há muito tempo, isso é uma quantia enorme.
Assim, o Zimbabué se juntou à lista dos países que bloqueiam o acesso à rede por motivos políticos e para combater o descontentamento das massas. Essa lista, aliás, está em constante crescimento. 2019 não será uma exceção, dizem os especialistas.
A propósito, bloquear a Internet é muito simples. É necessário solicitar aos provedores que desconectem simultaneamente as conexões de todos os usuários.
Protestos no Zimbábue
Os protestos na capital do Zimbábue, Harare, começaram no dia 14 de janeiro, assim que o presidente Mnangagwa voou a Moscou para pedir ajuda na solução da crise econômica no país. Os manifestantes acusaram o presidente de não cumprir suas promessas de estabilizar os preços dos alimentos e da gasolina.
Tudo começou com barricadas e pneus em chamas, e terminou em confrontos diretos com a polícia. Já morreram 12 pessoas e pelo menos uma delas é policial, mais de seiscentas pessoas foram presas.
Os líderes do Zimbábue dizem que os manifestantes são terroristas e que a culpa é da oposição.
A paralisação da internet atingiu aqueles que não estavam envolvidos nos protestos em primeiro lugar. Estes são cidadãos comuns do Zimbábue que perderam a capacidade de pagar por serviços comunitários online. Basicamente, aqui eles pagam por moradia e serviços comunitários diariamente, e não com um mês de antecedência. Portanto, os habitantes do país agora estão sentados sem luz. Sem dinheiro, sem eletricidade.
Hackers aderiram aos protestos
No entanto, a desconexão da Internet não ajudou - os protestos continuaram. Os manifestantes estão destruindo lojas e tirando comida das prateleiras. Os policiais não podem lidar com vândalos porque seus salários e o número de dias de trabalho foram reduzidos. Portanto, simplesmente não há policiais suficientes.
As autoridades do Zimbábue não estavam preparadas para as consequências do desligamento da Internet, então, finalmente, retomaram o acesso à rede em 19 de janeiro. Mas as redes sociais continuam bloqueadas. Como resultado, hackers anônimos lançaram um ataque DDoS massivo em sites do governo. Eles também prometem perturbar o sistema bancário. Assim, os hackers pretendem lutar contra a “repressão e a tirania” - é assim que caracterizam o que está acontecendo no país.
Aliás, esta não é a primeira vez que hackers se envolvem em uma luta política. Durante a Primavera Árabe, a Internet foi completamente bloqueada na Tunísia, Egito, Líbia e outros países. Se você olhar os gráficos de tráfego da Internet nesses países ao longo desse período, parecerá uma escada que sobe e depois se rompe abruptamente.
Então, uma das filiais do Anonymous - Telecomix apoiou os árabes. Em particular, os hackers os ajudaram a estabelecer dial-up, publicaram manuais sobre como contornar bloqueios de acesso e mantiveram páginas nas redes sociais em nome dos revolucionários.
No final, a Suprema Corte do Zimbábue decidiu que a decisão de fechamento da Internet violou a constituição do país.
A tendência está ganhando força
Desconectar a Internet para fins políticos está ganhando cada vez mais popularidade em todo o mundo. De acordo com a CNN, 75 casos desse tipo foram registrados em 2016. Em 2017 - 108 e no ano passado - 188. A maioria dos apagões ocorreu na Ásia. No entanto, na Europa, foram registrados 12 casos do número total de eclusas.
